Há certa veracidade na preocupação do comunicador sobre a questão de lançar ao mercado iniciantes com pouca experiência e por esta razão trazer má condução nos diversos segmentos do jornalismo; no entanto, experiência, prática e capacidade não são requisitos que podem ser avaliados, a não ser na vivência de um cotidiano e, para isso, precisamos pagar o preço de ver novas palavras e novas vozes. Na verdade, não colocaria ‘pagar o preço’, mas investir em novos talentos, dar a estes a oportunidade de se expressarem e, se fundamentados em experiências vivenciais, colocá-los frente ao leitor para que extraia de si mesmo o melhor de seus argumentos, possibilitando ao que lê, no mínimo, a indagação do não usual.
O temor da inovação será sempre uma prisão para o cotidiano comum; se pudermos ultrapassar esse aprisionamento e dar liberdade às inúmeras vozes que se expressam sem a importância valida teremos um futuro menos viciado e uma comunicação mais ampla e com maior conteúdo de observação e, quem sabe… mudanças.
Originalmente publicado em: Observatório da Imprensa


